Pazuello alega que a crise que aconteceria em Manaus era desconhecida.
Mas os médicos que ele levou para pregar “tratamento precoce” com cloroquina, invermectina e azitromicina sabiam que ela estava prestes a estourar.
Quem começa a contar isso é Antônio Bonfim dos Santos, oncologista de Belém (PA).
Em vídeo publicado em seu instagram, ele explica porque era especialmente urgente levar o “tratamento precoce” para Manaus: diante de uma situação de colapso, os colegas precisavam de uma alternativa prática concreta. Essa alternativa era o kit covid. Eles foram levar “as evidências”. Para o vídeo completo, que foi publicado em 12 de janeiro no instagram do médico, ver aqui. Na minha versão resumida, eles explicam a intenção da missão: oferecer uma alternativa à hospitalização em colapso.
Ricardo Ariel Zimmerman (nas palavras dele “MD. Medical and Scientific Advisor at OPAS/ PAHO“) ofereceu uma aula sobre tratamento precoce em Manaus para os médicos da missão e para outros profissionais da saúde presentes. Quem o chamou? Qual foi sua função? A intenção dele era a mesma de Antônio Bonfim? Oferecer alternativas para um colapso hospitalar que era inevitável? Deixo aos curiosos a íntegra da aula para que saibam o que foi ministrado e quais, possivelmente, era as intenções do ministrante.
Finalmente, Dra. Helen Brandão nos conta um detalhe pouco explorado dessa missão dos médicos em Manaus. Eles também conversaram com empresários amazonenses para que eles tivessem um papel mais ativo na prevenção da doença de seus funcionários - não com a suspensão das atividades, com com a prescrição e distribuição dos remédios para o tratamento precoce. Quais as consequências desse encontro? Seria esse o papel de uma missão médica que vai para socorrer um estado prestes a colapsar?
Mas olha só. O cara que se posta como um entendedor, olhando "de cima", analisando comportamentos, grupos, que se posiciona como o mais racional entre os mortais, correu como uma franga do debate.
Na verdade, se alguém me perguntar se fiquei surpreendido, direi que não.