Ivermectina para os presos no protocolo do SEAP do Maranhão
Foram adquiridos desde a publicação desse plano de contingência em junho de 2020 17000 unidades de ivermectina e 14 mil unidades de azitromicina para o sistema penitenciário do Maranhão
O Plano de Contingência Para o Novo Coronavírus no Sistema Penitenciário do Maranhão da Secretaria de Administração Penitenciária escrito em março de 2020 e atualizado em junho de 2020 tinha a seguinte orientação quanto a medicamentos a serem administrados aos presos e servidores da instituição:
Perguntada sobre essa resolução pela Lei de Acesso a Informação (LAI), Fredson Pinheiro Maciel, Secretário Adjunto de Modernização e Articulação Institucional, nos deu duas informações. Primeiro: foram adquiridos desde a publicação desse plano de contingência em junho de 2020 17000 unidades de ivermectina e 14 mil unidades de azitromicina para o sistema penitenciário do Maranhão. “Esses fármacos são utilizados para problemas de saúde diversos”, diz Fredson, “que podem ou não estar atrelados à COVID-19”.
A população prisional do estado do Maranhão é de 11082 presos. Entre eles houve 501 casos detectados e 3 óbitos registrados nos sistemas oficiais. Ativistas dos direitos humanos dizem que faltam informações sobre a COVID-19 nas prisões do Maranhão. Caso se tratasse de tratamento de verminoses em algum lugar específico, comprou-se muito mais ivermectina que o necessário. O remédio foi comprado pela SEAP e não foi utilizado? Isso não fica claro.
Fredson diz que o plano de contingenciamento encontra-se desatualizado e “não há protocolo de medicamentos pré-estabelecido, sendo o tratamento estabelecido pelo médico no atendimento de casa pessoa privada de liberdade”. No entanto, mais de um mês depois dessa resposta não se encontra nenhum protocolo atualizado sem a menção aos remédios. Além disso, a SEAP diz que fez à época esse protocolo com orientação do governo estadual e de sua Secretaria de Saúde.